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Tento não ter planos para a vida para não estragar os planos que a vida tem...
... o porquê de tanta indignação com as declarações do Passos Coelho sobre a hipótese dos professores, sem colocação em Portugal, procurarem alternativas noutros países como o Brasil e Angola.
O que ele disse é óbvio! As vagas para professores não vão aumentar em Portugal, nos próximos tempos, o que não se deve à crise ou ao governo mas a uma muito reduzida taxa de natalidade, logo há mais oferta do que necessidade de profissionais da educação em Portugal.
Sendo assim os professores desempregados tem 3 hipóteses: procurar emprego noutra área em Portugal, emigrar e procurar emprego na educação noutro país ou ficar em Portugal a reclamar do país e do governo, que imagine-se não obrigou as pessoas a terem filhos em número suficiente para assegurarem que todos aqueles que seguiram a educação, ora por vocação ora porque não tinham média para mais nada (só eu conheço uns seis ou sete assim) tivessem agora emprego assegurado!
Esta ideia de que as pessoas se formam em algo, que pode ser um mercado sobrelotado ou pouco desenvolvido em Portugal, e que depois não arranjam emprego e a culpa é do governo enerva-me um pouco.
Deus não permita que o crime acabe, o que iria ser dos advogados, juízes e polícias, para sempre impedidos de trabalhar na sua área? Ui, e se acabasse a doença? Era uma chatice para uma data de gente.
A subida da taxa do desemprego pode, em parte, ser atribuida ao governo, mas o que me preocupa é o facto das pessoas não arranjarem emprego em área nenhuma, no momento, o excesso de formados em certas áreas é um problema distinto.
Estranho seria se o primeiro-ministro dissesse «Vá lá, aguentem mais um aninho que de certeza que consigo aumentar as vagas na educação. Vou inventar disciplinas e fazer turmas mais pequeninas só para vos assegurar emprego como professores, que se lixe o défice e o FMI, carago!». Seria muito estranho.
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