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Tento não ter planos para a vida para não estragar os planos que a vida tem...
E o problema é esse.
Trabalha-se mais em Portugal do que na maior parte da Europa, o problema é que não se trabalha bem, é que a produtividade é mínima e a competência duvidosa.
E porque é que é assim?
Não me venham falar em ordenados (que mais que ninguém acho que deveriam ser muito mais justos e com mínimos muito mais elevados) porque, ao longo de 12 anos no mercado de trabalho, já vi gente com ordenados muito bons a trabalhar muito menos e com menos competência(avaliando em produtividade e não em horas, claro) do que gente com ordenados míseros.
O problema está na mentalidade, na falta de compreensão geral que o sucesso do local onde trabalham é o seu próprio sucesso e a melhor forma de preservarem o seu emprego e quicá, evoluir. E que, por sua vez, a produtividade geral das empresas e serviços em Portugal é a única forma de assegurar o sucesso financeiro do país, o que beneficiará todos.
O problema é que os trabalhadores são inimigos da sua própria empresa e vice-versa, é que não se faz mais nas muitas horas que se trabalha porque corre-se o risco de aumentarem as tarefas (se fazes 5 coisas numa hora, a seguir pedem-te para fazer 6, nã pode ser!), é que cada um tenta safar-se passando por cima de quem for preciso, é que todos só vêem as obrigações do estado e nunca as suas próprias obrigações...
Enfim, não adianta estarem as 8 horas no local de trabalho, ou mais, para fazerem o que alguém empenhado faria em 4 horas e com mais qualidade.
Há quem me ache injusta ou demasiado exigente mas é isto que eu vivo e vivi em todos os sitios onde trabalhei. Às vezes quase que tenho que pedir desculpa (literalmente!) por trabalhar as 8 horas e não parar para falar do cão e do gato e das férias e da cor do verniz e do resultado do jogo e do árbrito e da queda de cabelo da mãe e da varicela do filho e dos peitorais do moço da serie do momento e para vender empadas (private joke). Não parar para falar da chuva e da falta dela, não quer dizer que passe o dia sem falar, quer dizer que não páro de trabalhar para falar, se estiver a fazer algo que me permita falar ao mesmo tempo, falo.
A minha preocupação com o funcionamento geral da «coisa» também causa muita urticária e muita confusão.
Já me dispersei do tema principal, mas acho que me fiz entender, mais tempo não é equivalente a maior quantidade e qualidade.
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