E de repente, já nos 30...

Eu não sei como é que isto aconteceu, não sei bem quando é que começou a acontecer, mas o certo é que a minha vida está sobrelotada de nerds!

É assim uma coisinha por demais, especialmente porque eles gostam sempre muito da minha pessoa, deve ser a minha simpatia natural... a minha simpatia natural inicial, que fica gravada, a ferros, nas suas memoriazinhas nerds e que nunca mais desaparece. Eu podia esventrá-los e continuaria a ser um dia mau da minha parte! Uma excepção desculpável. Uma coisita sem importância...

Eu já tentei ignorar, ser cruel, ser séria e profissional, levar na brincadeira, fingir que sou muda, ameaçar as suas vidinhas miseráveis, lançar olhares de desprezo, de louca desvairada que os vai desmembrar, eu já tentei de tudo e nada funciona.

Aos seus olhinhos nerds eu serei sempre um anjo doce e cutxi... num mau dia constante!

Arghhhhhhhhh!

(Isto faz-me lembrar tanto o secundário!)

O que faziam se vos marcassem uma formação profissional, muito importante, para o mesmo dia de uma 1ª consulta médica, do vosso filho adolescente, longamente aguardada, para tentar resolver um problema importante?

Iriam com o vosso filho, apesar de ele poder ir com outro familiar próximo, sabendo que iriam prejudicar bastante a vossa progressão profissional?

Ou iriam à formação mesmo sabendo que era importante a vossa presença na consulta, para melhor explicarem o problema e apoiarem o vosso filho?

(Eu não soube o que responder à minha colega...)

Não ver notícias se estiver, em casa, doente...

... sob pena de piorar muuuuito!

... são os eventos sociais. Lanches, aniversários e afins...

Já estou a fazer a dieta Sem Glúten, sem problemas ou grandes dificuldades, há uma semana, mas amanhã (hoje...) não sei o que vou lanchar.

Um dia, li num livro, de «pensamento positivo» que quando alguém, muito pessimista sobre as finanças,tenta começar a ter uma visão mais optimista, sobre o assunto, existe uma resistência inicial que provoca acontecimentos negativos, como perder a carteira, avariar um electrodoméstico ou ser assaltado. Se se resistir a esta fase, a coisa melhora, supostamente.

Isto acontece-me sempre mas noutra área.

De vez em quando, a Sayurizita acorda muito bem disposta, cheia de energia e pensa que nunca mais se vai chatear no trabalho, que vai relativizar, sempre com um sorriso nos lábios, que ninguém lhe vai esgotar a paciência, que vai resistir a todas as provocações, enfim... zen e feliz todo o dia.

Pois é, bonito, não é?

Hum, hum...

Pois é, precisamente, nesse dia, nessa manhã, no primeiro minuto de trabalho, que toda a gente acordou com os pés de fora!! Todas a pessoas que falam comigo é para reclamar de outros colegas, do trabalho, da vida, do universo, de tudo, algumas dessas pessoas até são bem-dispostas, na maior parte das manhãs, mas nessa manhã nãaaaao, toda a gente reage à mínima coisa como se fosse o fim do mundo em cuecas!!

Juro que até me parece ouvir o Universo rir e dizer: «Resiste lá a isto agora e eu dou-te um prémio».

Eu nunca ganho o prémio... a meio da manhã já estou a rosnar...

... hoje foi uma dessas manhãs.

... que acho alguma graça às super-botas .

Mas mesmo assim...

Iniciei, há dois dias, uma dieta sem glúten para tentar resolver alguns problemas de saúde, dos que não matam mas moem. É um pouco complicado, mesmo para quem tem alguns conhecimentos na área. O glúten esconde-se em alimentos improváveis, é adicionado a medicamentos ou suplementos, por exemplo.

Mesmo assim, muito devido aos meus conhecimentos na área, tem sido mais fácil do que pensei.

É curioso como já tinha pensado em fazer esta experiência tantas vezes mas nunca tinha tido coragem e de repente, era como se nem pudesse esperar para começar.

Eu sou assim, não vale a pena forçar-me ao que quer que seja, quando é para ser é fácil, indolor e imparável. 

... sentir-me pressionada!!! É que é das piores coisinhas que me podem fazer !

E, ultimamente, andam a exagerar!

(Ai, que eu estou tão rabujenta que só me apetece maltratar vida humana...)

Somos um país de brandos costumes... tanto para realizar grandes males como para acabar com males menores.

E, por isso, assim continuamos, com uma vidazinha que nem é muito má, nem é muito boa.

É algo a dar para o assim-assim, para o vai-se andado e para o logo se vê.

Digamos que conduzir para localizações que não conheço não é das minhas coisas favoritas.

Conduzir não é das minhas coisas favoritas, pronto.

Às vezes não vou a sitios que quero ir porque não me apetece conduzir.

Visto isto, será que é muito mau recusar levar uma amiga a um sitio, onde nem acho muito bem que ela vá?

...

Não? Então porque que é que me sinto culpada?

Não me convidem para «ir ver como são» as coisas na vossa religião.

É que depois terão que me ouvir responder que não gosto de religiões.

E ficarão a olhar para mim cheios de pena e a pensar «tão boa moça e vai perder-se».

E, depois, enervam-me!

Alguém, com uma inteligência inequivocamente superior à minha, me explica porque é que não consigo mudar a minha password no msn?!

É que alguém, de uma estupidez monumental, bloqueou a minha conta. Quando tento fazer reset da password, o idiota do msn diz-me que mandou um link para um mail estupido cheio de asteriscos!

Sou eu que não 'tou a ver bem a coisa, só pode!

Sou uma atadinha nestas coisas... . Já 'tou fartinha de tentar e acabo sempre no mesmo ciclo vicioso (snif... snif...)

A Sayurizita, desportista e jeitosa (reforçar imaginação, sff), vai fazer a sua corrida depois do trabalho, perto da sua área de

residência, onde há  um rio cheiroso (not), limpinho (), cheio de patinhos, um charme, portanto.

Quando chega perto do rio vê um senhor, sentado num banco, com uma garrafa de vinho quase vazia e com ar de quem já esvaziou umas tantas, antes daquela.

 

Depois de uma sessão de exercicio potente (ui, ui, 5kg a menos, no mínimo), a  Sayurizita dirige-se (a arfar) à zona dos bancos para os, muito necessários, alongamentos.

Altura em que o dito senhor agarra na garrafa e se dirige para uma espécie de degraus (muito tortos) que dão acesso, muito mais próximo, ao rio... e cai (não ao rio, nas escadas).

(Já referi que nesta narrativa, sem qualquer semelhança com a realidade, morreu uma pessoa afogada nesse rio, há pouco tempo? Pois, morreu. E que há uma corporação de bombeiros a uns 50metros? Pois, também há.)

Ora, a Sayuri, perante tal cenário, resolve dirigir-se aos bombeiros para avisar que um senhor, praticamente em coma alcoólico, se dirige à zona do rio, aos trambolhões. E que, como já era noite e já não havia mais ninguém na zona, se o dito senhor caísse ao rio, talvez houvesse o perigo de ele se afogar (o senhor conseguiria afogar-se em 10 centímetros de água).

Quando se aproxima da corporação, a boa da Sayuri, apercebe-se que uns 15 bombeiros se encontram na rua, em frente ao edíficio. Fica toda contente, aproxima-se e explica a situação.

Resposta:

«Mas o homem já caiu ao rio?»

 Whaty? Excuse me?  (Claro que sim, e eu aqui nas calmas.)

Ao que a Sayuri responde que, se ele cair, ninguém vai ver.

«Pois.»

A Sayuri tenta explicar-se melhor, pensando que não se estava a fazer entender.

«Mas ele já caiu ao rio?» Novamente.

WTF?!!!

Sayuri desiste... e volta costas aos soldados da paz. Homens ocupados... a fumar e a falar ao tlm.

(Estou a brincar mas não teve graça nenhuma esta minha narrativa "fictícia"...) 

Gostava de ser uma amiga melhor, um apoio incondicional, alguém que te ouvisse simplesmente...

Gostava mas não consigo, amiga.

Sempre que falas penso no teu filho de 6 anos, no que ele está a sofrer e em como ele devia ser mais protegido. Em como o mundo se está a desmoronar para ele, sem ele conseguir perceber o motivo. Lembro-me de mim...

Gostava de te dizer que acho que o caminho que segues te vai levar a mais sofrimento. Gostava de te dizer que tens que seguir, verdadeiramente, em frente. Que se tiver que voltar a amar-te o vai fazer, muito mais facilmente, se te comportares da forma mais justa possível.

Gostava de te dizer que o que os outros fazem não justificam actos menos bons da nossa parte, que não interessa se foi ele que agiu mal.

Gostava mas não consigo. Sinto que não é isso que queres ouvir e não consigo magoar-te mais. Fico calada, estou lá para ti, mas calada.

Ainda não tenho coragem para ser a amiga que tu mereces, porque tenho medo que fujas...

... hoje foi o dia!

O dia em que o senhor admnistrador do condominio, que queria ser presidente da Junta, fez a Sayurizinha perder a sua, já de si escassa, paciência!

Ora, a Sayuri vivia, há muitos, muitos anos, no paraíso dos condomínios até este dito senhor ter resolvido utilizar o mesmo espaço para exercer a sua necessidade de poder, mesquinhez, malidicência e conflito. Tudo isto escondido por trás de uma fachada de senhor bem, ironicamente educado, conhecedor das leis e com todo o tempo do mundo livre. Para melhorar, há a cara metade maliciosa e mexeriqueira, à qual eu já cortei as vazas - ela fala e eu continuo, acenando, dizendo «pois...» e «Então, até amanhã...».

E porque é que o suíno senhor fez o copo da Sayuri transbordar? É que se há coisinha para me fazer mal ao fígado é dizerem-me que não disseram o que disseram ou que eu não disse o que disse (ou vice-versa). E para piorar fazer isto com um brilhozinho nos olhos e um sorriso irónico!!!

Juntando a este cenário o facto do problema que estava a tentar resolver com ele ter a ver com ESTAR A CHOVER DENTRO DA MINHA CASA (coisa pouca, portanto!), e que ele era, em parte, responsável pelo facto*, digamos apenas que me saltou a tampa! E como saltou! Eu estava a ver que batia no homem, não me orgulho, mas posso dizer que vontade não faltou.

Acho que a abécula vai pensar duas vezes antes de voltar a falar ironicamente comigo. Isso ou podem preparar-se para me levar bolinhos ao xelindró.

*por motivos demasiado complexos para expor aqui.

Não acho lá muito lógico quando, depois de uma separação, as pessoas passam a fazer coisas que não gostam ou que nunca sentiram falta, só porque sim. Porque têm que fazer coisas diferentes, resumindo, têm de ser interessantes (na sua concepção de interessante).

Acho fantástico quando a pessoa se apercebe que se estava a esquecer de si e passa a mimar-se mais e a colocar-se em primeiro lugar, signifique isso emagrecer, ir mais ao cinema, viajar mais, ler mais, dançar mais ou simplesmente dormir até mais tarde. O que quer que seja que a pessoa gosta ou sempre desejou fazer mas não fez porque estava muito ocupada com o relacionamento ou simplesmente acomodada.

Mas não entendo que a pessoa se obrigue a fazer coisas que antes nunca teve vontade de fazer, só porque toda a gente faz.

Por exemplo, se eu tivesse um relacionamento e filhos não iria muito ao cinema, nem saíria tanto para dançar, se o relacionamento terminasse eu tentaria sair muito para dançar mas continuaria a ir pouco ao cinema porque não sou lá muito fã.

Não me faz sentido nenhum fazer coisas que não gosto, but that's just me...